terça-feira, 16 de novembro de 2010

Curiosidades dos anos 1600 a 1700


É impressionante, nos dias de hoje, quando visitamos o Palácio de Versalhes em Paris, observamos que o suntuoso palácio não tem banheiros.
Na Idade Média não existiam os dentifrícios, isto é, pastas de dentes, muito menos escovas de dentes ou perfumes, desodorantes e papel higienico, nem pensar...
Os excrementos humanos eram deitados pelas janelas do palácio....
No palácio, as cozinhas conseguiam fazer alimentação para festas de 1.500 pessoas, sem a
mínima higiene, que hoje consideramos imprescindível.
A explicação para as pessoas sendo abanadas que vemos em filmes da época é o mau cheiro que exalavam por debaixo das saias (propositadamente feitas para conter o odor das partes íntimas que não tinham como ser higienizadas devidamente), associado ao costume de não se tomar banho devido ao frio. O cheiro era camuflado pelo abanador.
Os nobres eram os únicos que podiam ter súditos que os abanavam para espalhar o mau
cheiro do corpo e o mau hálito que suas bocas exalavam, além de ser uma forma de espantar os insetos.
Quem já esteve em Versalhes admirou muito os jardins enormes e belos, que na época não
eram só contemplados, mas "usados" como vaso sanitários nas famosas festas promovidas pela monarquia, já que não existiam banheiros.
Na Idade Média, a maioria dos casamentos ocorria nos meses de maio/junho (para eles, o início do verão). A razão é simples: o primeiro banho do ano era tomado em maio: assim, em junho, o cheiro das pessoas ainda estava tolerável. Entretanto, como alguns odores já começavam a ser exalados, as noivas carregavam buquês de flores junto ao corpo, para disfarçar o mau cheiro. Daí temos o fato de maio ser o "mês das noivas" e a origem do buquê de noiva explicados.
Os banhos eram tomados numa única tina, enorme, cheia de água quente. O chefe da família tinha o privilégio do primeiro banho na água limpa.
Depois, sem trocar a água, vinham os outros homens da casa, por ordem de idade, a seguir
as mulheres, também por idade e, por fim, as crianças.
Os bebés eram os últimos a tomar banho. Quando chegava a vez deles, a água da tina já estava tão suja que era possível "perder" um bebé lá dentro.
É por isso que existe a expressão em inglês, que hoje usamos para os mais apressadinhos:
"don't throw the baby out with the bath water" ; ou seja, literalmente, "não jogue o bebé fora junto com a água do banho"....
Os telhados das casas não tinham forro e as madeiras que os sustentavam eram o melhor lugar para os animais - cães, gatos e outros de pequeno porte, como ratos e besouros, se aquecerem.
Quando chovia, começavam as goteiras e os animais pulavam para o chão. Por isso, a nossa
expressão "está chovendo canivetes" tem o seu equivalente em inglês em "it's raining cats and dogs" (está chovendo gatos e cães).
Aqueles que tinham dinheiro possuíam pratos de estanho. Certos tipos de alimento oxidavam
o material, o que fazia com que muita gente morresse envenenada (lembremo-nos que os hábitos higienicos da época não eram lá grande coisa...). Os tomates, sendo ácidos, oxidavam o estanho e foram considerados, durante muito tempo, como venenosos.
Os copos de estanho eram usados para beber cerveja ou uísque. Essa combinação, às
vezes, deixava o indivíduo "no chão", com uma espécie de narcolepsia induzida pela bebida alcoólica e pelo óxido de estanho. Alguém que passasse pela rua poderia pensar que ele estava morto, portanto recolhia o corpo e preparava o enterro. O corpo era então colocado sobre a mesa da cozinha por alguns dias e a família ficava em volta, em vigília, comendo, bebendo e esperando para ver se o morto acordava ou não. Daí surgiu a vigília do caixão.
A Inglaterra é um país pequeno e nem sempre houve espaço para enterrar todos os mortos.
Então os caixões eram abertos, os ossos tirados e encaminhados ao ossário e o túmulo era utilizado para outro cadáver. Às vezes, ao abrir os caixões, percebia-se que havia arranhões nas tampas, do lado de dentro, o que indicava que aquele morto, na verdade, tinha sido enterrado vivo. Assim, surgiu a ideia de, ao fechar os caixões, amarrar uma tira ao pulso do defunto. A tira passava por um buraco no caixão e ficava amarrada num sino.
Após o enterro, alguém ficava de plantão ao lado do túmulo durante uns dias. Se o indivíduo
acordasse, o movimento de seu braço faria o sino tocar. Ele seria "saved by the bell" ou "salvo pelo gongo", expressão por nós usada até os dias atuais.

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