terça-feira, 15 de março de 2011

Juro que eu não sabia!

O produto tem um defeito que todo mundo conhece e que está destruindo a marca no mercado - o presidente da empresa diz: "Juro que eu não sabia". O controlador de vôo diz que existe um "buraco negro" nos céus do Brasil - o ministro diz: "Juro que eu não sabia". O motor fundiu por falta de óleo e o motorista diz: "Juro que eu não sabia". Os clientes da empresa são pessimamente atendidos pela assistência técnica. Quando o problema é denunciado nos jornais, o gerente diz: "Juro que eu não sabia"...

A moda agora é dizer "juro que eu não sabia". De repente, ninguém sabe de nada e tudo fica por isso mesmo. Não há consequência. A de não saber parece eximir as pessoas de qualquer responsabilidade. Ninguém sabe de nada e a vida continua como se todos soubessem de tudo. O que mais me impressiona é que as pessoas não sentem o menor constrangimento em dizer que não sabiam coisas que teriam obrigação de saber.

E o pior é que essas mesmas pessoas fazem-se de vítimas! Elas acham que deveríamos ter pena delas pelo fato de seus subordinados não as terem avisado dos problemas, do caos iminente. Fazem-se de coitadas! E tudo continua como antes.

Não permita que essa doença atinja sua empresa. Chame as pessoas à responsabilidade e faça com que desculpas esfarrapadas do tipo "juro que eu não sabia" tenham consequências sérias para as pessoas que deveriam acompanhar a execução. Não aceite desculpas de diretores que não dirigem, gerentes que não gerenciam, supervisores que não supervisionam, líderes que não lideram, vendedores que não vendem, vigias que não vigiam, secretárias que não secretariam, enfim, funcionários que não funcionam.

E não permita que essa doença atinja você. Não dê desculpas para coisas indesculpáveis. Assuma! Assuma de fato! Assuma até as últimas consequências! Não caia no ridículo de dizer: "juro que eu não sabia...".

Ou fazemos um pacto de seriedade onde as pessoas serão responsabilizadas por aquilo que devem ser responsáveis ou vamos continuar neste processo de melhoria contínua do autoengando onde todos perdem acreditando ganhar.

Pense nisso. Sucesso!

Professor Luiz Marins

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