sexta-feira, 22 de abril de 2011

Sensibilidades Masculinas


Quando tinha 14 anos, esperava ter, algum dia, uma namorada.

Quando tinha 16 tive uma, mas não havia paixão. Então decidi que necessitava de uma mulher apaixonada, com vontade de viver.

Na Escola saí com uma mulher apaixonada, mas era demasiado emocional. Era tudo urgente, era a rainha dos dramas, chorava todo o tempo e ameaçava suicidar-se. Então decidi que necessitava de uma mulher estável.

Quando tinha 25 anos encontrei uma mulher muito estável, mas aborrecida. Era totalmente previsível e nunca se excitava com nada. A vida tornou-se tão chata que decidi que necessitava de uma mulher mais emocionante.

Aos 28 encontrei uma mulher excitante, mas não conseguia acompanhar o seu ritmo.

Andava de um lado para o outro sem que nada a detivesse. Fazia coisas impetuosas e flirtava com qualquer um com quem se cruzasse. Fez-me tão miserável como feliz. De inicio foi divertido e enérgico, mas sem futuro. Então decidi procurar uma mulher com alguma ambição.

Quando cheguei aos 31, encontrei uma mulher inteligente, ambiciosa e com os pés no chão. Decidi então casar-me. Era tão ambiciosa que me pediu o divórcio e ficou-me com tudo o que tinha.

Agora, com 44, prefiro mulheres com mamas grandes!

Benjamin Júnior esteve ligado às artes e tecnologia, sendo um dos fundadores da obvious. Adora o inverno, o conchego da lareira, bom vinho, boa comida e, acima de tudo, boa companhia.

Modéstia Gaúcha


Porque o Gaúcho é tão modesto:

* Deus é gaúcho e São Pedro é o Capataz.
* O Atlântico é salgado porque a indiada daqui batia os espeto perto dos rio.
* O Sahara é assim porque tinha que tirar os espeto de algum lugar, né?
* A maior churrascada que se fez, resultou no fim dos disnossauros.
* O Sol é um fogo de chão que se alastrou.
* A 2a. Guerra se deu por causo que o Turco Salim, de Bagé, queria tomar conta dos bolicho em Uruguaiana.
* E esses terremoto que andam ocorrendo por aí, são decorrência de uns concurso de xula na Fronteira.
Vou dizer prá vocês:
O Rio Grande amado é o único Estado que faz divisa com 3 paises:
Uruguai, Argentina e Brasil!
E por aí se vai essa porção de terras ao redor do Rio Grande, chamada Mundo!

Hilton Luiz Araldi
Fonte: Blog Mundo Gaúcho  - 
http://mundogaucho.blogspot.com

quinta-feira, 14 de abril de 2011

O Líder e o Gladiador


O eterno filme do Ridley Scott, o Gladiador, pode nos ajudar neste tema. Vamos relembrar: o ano é 180 d.C. e o general romano Máximo (Russel Crowe), servindo ao seu imperador Marco Aurélio, prepara seu exército para impedir a invasão dos bárbaros germânicos. Na segunda etapa do filme, enquanto Cômodo assume o trono, Máximo, que escapa da morte, torna-se escravo e gladiador, travando batalhas sangrentas no Coliseu, a nova forma de diversão dos romanos.

Máximo, disposto a vingar o assassinato de sua mulher e de seu filho, sabe que é preciso triunfar para ganhar a “confiança” da plateia. Este é apenas um resumo, o filme serve como ensejo para falarmos de liderança, pois, no primeiro momento, nosso general ou gerente da grande corporação (o exército de Roma), Máximo, teria sua ascensão profissional ao ser convidado para assumir o comando/presidência do império romano, no posto de Marco Aurélio que, na trama, acaba morto pelo filho Cômodo.

Independente do revés da trama, percebemos logo no início que Máximo era um líder natural. Nos primeiros minutos do filme vemos catapultas, flechas incendiárias, lanças e espadas na floresta contra os bárbaros... e quem estava liderando a tropa no front? Ele, o próprio, Máximo, dando o exemplo para toda a tropa de milhares de soldados.

A liderança ilustrada na história é um tema importante para os gestores devido ao papel fundamental que os líderes representam na eficácia do grupo ou da organização. Os líderes são responsáveis pelo sucesso ou fracasso na batalha do mercado. Liderar nunca foi, tampouco será, uma tarefa simples.

Liderança exige paciência, disciplina, respeito (que requer tempo) e compromisso, pois a organização é um “ser vivo”, dotado de colaboradores dos mais diferentes tipos e perfis. Liderar, de uma forma clara, pode ser entendido como a gestão eficaz e eficiente das pessoas de uma equipe, para que se atinjam os objetivos e as metas propostas pela organização. Entre os desafios apresentados por um ambiente mutável e complexo – assim como a guerra -, as organizações estão valorizando cada vez mais os gerentes que possuem habilidades de liderança. Qualquer pessoa que aspire ser um gerente eficaz deve também se conscientizar de praticar e desenvolver suas habilidades.

Ainda em paralelo com o filme, você deve estar pensando que, como citado no livro de Sun Tzu, a ‘’Arte da Guerra’’, o perfil de liderança do General Máximo poderia ser imposto, pois o exército adota um modelo de liderança autocrático, com autoritarismo e ordem latentes. Além do mais, ele obtinha a patente: era um general, não um soldado raso. Na prática, o general é alguém estrategista, não poderia estar à frente da batalha com os soldados, apesar de não ter sido retratado desta forma no filme.

Logo na segunda metade do filme, já como escravo (escravo, alguns chamam de estagiário nas empresas!) sem patentes, sem comando imposto ou um nome (marca) respeitado, ele conseguiu, com esforço, suor e sangue, conquistar a confiança e o reconhecimento dos demais escravos que o fizeram seu líder. Tornou-se líder ora por conhecimentos técnicos de batalha, adaptados para outro local/mercado (arenas e Coliseu), ora por sua postura proativa que o diferenciava de seus pares. Este escravo, líder de muitos outros, não era um líder de muitas palavras, porém de muitos exemplos.

Máximo não adotou um modelo de liderança paternalista, apesar do forte vínculo de amizade que o aproximava do escravo negro, Juba; tampouco adotou um modelo liberal, mesmo quando montou uma equipe madura após tantas batalhas em arenas menores, e ao final, no mais violento dos embates do filme, no Coliseu. Máximo adotou uma liderança democrática e participativa. Tal tipo de liderança é voltado para as pessoas que compõem o grupo e, nele, há participação dos liderados em todo o processo. Aqui, as diretrizes são decididas pelo grupo, devidamente estimuladas e divididas com ele, pelo líder.

O próprio grupo esboça as providências a fim de atingir o alvo, solicitando aconselhamento técnico ao líder, quando necessário. A divisão das tarefas fica a critério do próprio grupo e cada membro pode escolher seus próprios companheiros de trabalho. O líder não se impõe pela força que qualquer eventual cargo lhe proporciona. É um membro como os demais do grupo, reconhecido, porém, por sua capacidade de persuasão, em busca do objetivo em comum.

Como você pode notar, apesar de começar a ser estudada após 1930, a liderança, tema de uma série de filmes épicos, é algo antigo, nascida em qualquer momento em que duas ou mais pessoas compartilhem de um mesmo objetivo. Independente do que tenha acontecido no passado, ou que vivamos no presente, os modelos de liderança servem para nos orientar quanto às estratégias de gestão de pessoas a adotar para que se atinjam mais rápida, econômica e efetivamente os objetivos das organizações onde nós, gestores (gladiadores), treinamos para as disputas sangrentas do mercado, nossa grande arena.

Augusto Uchôa é formado em Marketing, mestre pelo Ibmec, consultor de empresas, professor universitário, criador do site Marketing com Fritas e Chef fundador do Boteco do Conhecimento.

terça-feira, 12 de abril de 2011

Veteranos de guerra

Depois de uma certa idade, somos todos veteranos de alguma relação amorosa que deixou cicatrizes

Outro dia li o comentário de alguém que dizia que o casamento é uma armadilha: fácil de entrar e difícil de sair. Como na guerra.

Aí fiquei lembrando dos desfiles de veteranos de guerra que a gente vê em filmes americanos, homens uniformizados em suas cadeiras-de-roda apresentando suas medalhas e também suas amputações. Se o amor e a guerra se assemelham, poderíamos imaginar também um desfile de mulheres sobreviventes desse embate no qual todo mundo quer entrar e poucos conseguem sair – ilesos. Não se perde uma perna ou braço, mas muitos perdem o juízo e alguns até a fé.

Depois de uma certa idade, somos todos veteranos de alguma relação amorosa que deixou cicatrizes. Todos. Há inclusive os que trazem marcas imperceptíveis a olho nu, pois não são sobreviventes do que lhes aconteceu, e sim do que não lhes aconteceu: sobreviveram à irrealização de seus sonhos, que é algo que machuca muito mais. São os veteranos da solidão.

Há aqueles que viveram um amor de juventude que terminou cedo demais, seja por pressa, inexperiência ou imaturidade. Casam-se, depois, com outra pessoa, constituem família e são felizes, mas dói uma ausência do passado, aquela pequena batalha perdida.

Há os que amaram uma vez em silêncio, sem se declararem, e trazem dentro do peito essa granada que não foi detonada. Há os que se declararam e foram rejeitados, e a granada estraçalhou tudo por dentro, mesmo que ninguém tenha notado. E há os que viveram amores ardentes, explosivos, computando vitórias e derrotas diárias: saem com talhos na alma, porém mais fortes do que antes.

Há os que preferem não se arriscar: mantêm-se na mesma trincheira sem se mover, escondidos da guerra, mas ela os alcança, sorrateira, e lhes apresenta um espelho para que vejam suas rugas e seu olhar opaco, as marcas precoces que surgem nos que, por medo de se ferir, optaram por não viver.

Há os que têm a sorte de um amor tranquilo: foram convocados para serem os enfermeiros do acampamento, os motoristas da tropa, estão ali para servir e não para brigar na linha de frente, e sobrevivem sem nem uma unha quebrada, mas desfilam mesmo assim, vitoriosos, porque foram imprescindíveis ao limpar o sangue dos outros.

Há os que sofrem quando a guerra acaba, pois ao menos tinham um ideal, e agora não sabem o que fazer com um futuro de paz.

Há os que se apaixonam por seus inimigos. A esses, o céu e o inferno estão prometidos.

E há os que não resistem até o final da história: morrem durante a luta e viram memória.

Todos são convocados quando jovens. Mas é no desfile final que se saberá quem conquistou medalhas por bravura e conseguiu, em meio ao caos, às neuras e às mutilações, manter o coração ainda batendo.

Martha Medeiros

terça-feira, 5 de abril de 2011

Warner Sallman: o homem que pintou o rosto de Cristo


Façamos um teste. Feche os olhos e imagine a figura de Cristo. Que imagem lhe vem primeiro à mente? Provavelmente, Warner Sallman ficaria orgulhoso da sua resposta! O responsável pela obra de arte mais popular já produzida criou mais que uma obra: criou um imaginário coletivo.

Quando nós pensamos no rosto de Cristo, vem a nossa mente a imagem de um homem jovem, com cabelos na altura dos ombros, barba um pouco longa e olhos azuis. Devemos muito dessa imagem a Warner Sallman.


Em 1924, Sallman era um jovem ilustrador e prestava serviços para algumas publicações religiosas. Uma dessas publicações lhe pediu que desenhasse a face de Jesus para ilustrar uma capa. O desenho foi feito a carvão e intitulado “O Filho do Homem”. Após a publicação, a imagem tornou-se muito popular, sendo encontrada em diversas casas, igrejas e escolas como objeto de decoração. Foi a partir dela que, em 1940, o artista pintou a óleo uma das obras de arte mais reconhecidas e reproduzidas no mundo, “A Cabeça de Cristo”. Estima-se que já tenha sido reproduzida 500 milhões de vezes.

Depois que o desenho inicial se transformou na pintura, nasceu a figura de Cristo com cabelos louros e olhos azuis que está tão enraizada na cultura religiosa ocidental. O artista reproduziu o que para muitas pessoas é a imagem de um Jesus Cristo sereno e amigo. Ela fez tanto sucesso que foi usada para os mais diversos produtos religiosos, materiais institucionais, artigos para presentes, relógios, luminárias, broches, Bíblias, entre outros.

Impressionados com a resposta do público, os editores de Sallman pediram que pintasse outras cenas do Nazareno, mas sempre com as mesmas características da primeira obra: Jesus retratado com um rosto sereno e cercado de luz. Assim Sallman produziu outras imagens que também obtiveram sucesso, mesmo que em menor escala, como “O Senhor é meu Pastor” e “Cristo na Porta do Coração”.

A Segunda Guerra Mundial também contribuiu para a difusão da obra “A Cabeça de Cristo”. Algumas organizações religiosas distribuíam aos soldados que partiam dos EUA para a Europa e a Ásia versões de bolso da imagem. Assim, milhões de cópias foram levadas para as mais diversas partes do mundo.

Um dado curioso sobre a pintura de Warner Sallman: ela alcançou tanta popularidade que mesmo alguns protestantes, que historicamente têm resistência ao uso de imagens, contavam com um exemplar em suas casas ou nas salas de evangelização das crianças.

Apesar de ser extremamente aceita pelo público, a obra não deixa de levantar polêmica ao retratar Jesus Cristo de olhos claros e pele igualmente clara. Alguns pesquisadores afirmam que é quase impossível que Cristo tivesse esse tom de pele e semelhanças físicas com o da pintura. Não há indícios bíblicos ou documentais que comprovem ou refutem a afirmação, mas estudiosos insistem que, levando-se em conta a origem geográfica, entre outros fatores, é muito provável que o filho de Maria tivesse a pele num tom mais escuro, assim como os cabelos e os olhos.

A ideia de um Jesus de pele clara surgiu na Idade Média quando as cores escuras possuíam conotação muito negativa. Alguns pesquisadores concordam que o avanço do Cristianismo pela Europa contribuiu para a difusão dessa ideia, já que é uma inclinação humana atrair-se por pessoas que se pareçam consigo. “A cabeça de Cristo” pode representar neste contexto o extremo dessa ideia.

Polêmicas a parte, o que não se pode negar é o alcance que o retrato teve, ultrapassando em popularidade obras de artistas consagrados como Pablo Picasso e Andy Warhol. Sallman faleceu em 1968, mas seu legado persiste tanto nas contínuas reproduções das suas obras quanto no imaginário de cristãos pelo mundo afora.

Por Jéssica Parizotto
Site: Obvius